Na primeira aula de análise do comportamento a gente já aprende que a definição de Reforçador Positivo é “aquele estímulo que, quando produzido pelo comportamento, faz o mesmo aumentar de frequência futura”, do que decorre que qualquer comportamento em alta frequência no repertório de um indivíduo provavelmente está sendo reforçado positivamente (ainda mais quando o comportamento não promove retirada de estímulos do ambiente).
Sendo assim, fica claro perceber que o hiperfoco não é algo a ser tratado, reduzido ou muito menos eliminado do repertório do autista. É só comparar com como a gente atende neurotípicos: alguém por acaso já ouviu falar em intervenção terapêutica que vise restringir acesso a reforçadores positivos???
2. Mas e quando o hiperfoco causa problemas?
Essa pergunta faz parecer que o hiperfoco é um caso especial de comportamento reforçado positivamente, mas isso é um equívoco. É propriedade básica do reforçamento positivo o efeito colateral que ele possui: redução da variabilidade comportamental! A solução para este problema não é reduzir o hiperfoco - pelo contrário, o jeito de resolver problemas causados por R+ é simplesmente inserir outros R+! O que mais é reforçador para este cliente? O que mais ele deseja ter em sua vida? Será que ele sabe produzir ou tem acesso a estes reforçadores?
O ensino de repertório que dá acesso a reforçadores de origens e características variadas é o caminho para uma vida com equilíbrio e qualidade de vida!