Pertencimento social é fator de saúde mental para qualquer ser humano, e isso inclui os autistas!
Humanos só sobrevivem na natureza em grupos, assim como todos os outros primatas. Nosso cérebro, programado para viver na floresta, identifica o isolamento social como risco de vida, reage produzindo sentimentos de angústia, o que aumenta vulnerabilidade a quadros depressivos e ansiosos.
Porém, autistas e neurotípicos utilizam estratégias diferentes na busca pelo pertencimento social.
Neurotípicos escolhem o caminho da conformidade social como maneira de sinalizar pertencimento. Vestir as mesmas roupas, ouvir as mesmas músicas, falar dos mesmos assuntos são elementos dentro dessa estratégia - a famosa mentalidade de manada do ser humano. Na sobrevivência na floresta é fundamental que o grupo seja coeso e consiga funcionar em conjunto, e assim os neurotípicos nos ajudaram a sobreviver até hoje.
Já os autistas procuram se fazer valiosos para o grupo resolvendo os problemas que afligem sua comunidade. São notoriamente capazes de identificar padrões, raciocinar logicamente, ainda que isso os leve a agir de maneira muito distinta das outras pessoas do grupo. A história está cheia de exemplos de pessoas “esquisitas” que criaram soluções inovadoras para problemas antigos e novos, e que assim colaboraram para a sobrevivência dos humanos até os dias atuais.
Ou seja, comunidades inclusivas - aquelas que acolhem tanto os autistas quanto os neurotípicos, conseguem sobreviver melhor tanto nas situações que dependem da força bruta das pessoas agindo em grupo, quanto nas que exigem a criatividade e o pensamento inovador na resolução dos problemas!