O autismo é um transtorno definido em 3 níveis, baseados em quanto suporte é necessário para a pessoa desempenhar as tarefas da vida diária. Porém a autonomia é uma das necessidades básicas para a garantia da saúde mental de um adulto.
Quando o autistas chega à vida adulta, muitas vezes essas duas necessidades entram em conflito. Não é raro que a família, acostumada a fornecer o suporte desde que o autista era criança, tenha dificuldades para identificar o momento correto da diminuição gradual do suporte, necessária para o desenvolvimento das habilidades demandadas de um adulto - que são diferentes daquelas que a gente exige de uma criança.
Por outro lado, essa diminuição só pode acontecer a partir da estimulação específica, necessária para o neurodesenvolvimento das habilidades adquiridas até o final do amadurecimento do cérebro (por volta dos 25 anos). O profissional que atende adultos deve estar preparado para reconhecer esta questão, e fazer as intervenções/estimulação e as devidas orientações.
Se o profissional não estiver preparado para este desafio, pode facilmente impedir que o adulto exerça sua capacidade de tomada de decisões, numa atitude infantilizadora e capacitista. Infelizmente ainda é fácil encontrar profissionais que “escorregam no tomate” no que se refere a este assunto, principalmente pela transposição direta de estratégias de atendimento a crianças para o consultório dos adultos.
Você já havia refletido sobre este assunto? Acha que está preparado para oferecer estimulação e orientar a transformação nos processos de suporte, na passagem da adolescência para a vida adulta?